Como?

Eu como. Eu bebo. Eu durmo. Eu vejo, eu ouço, eu digo. As vezes que forem necessárias. Apreendo. Então tento. Escrever, por exemplo. Chama-se a isto processo de tentativa e erro até me poder encontrar, de facto, com todas as minhas particularidades enquanto indivíduo completo, num sistema universal de co-existência. Primeiro está a indispensável aprendizagem dos fundamentos básicos, bem como da sua retenção no quotidiano. Depois vem a conjugação de outras pessoas, bem como um contexto, se possível. Talvez possamos interagir e forjar mudanças juntos. É uma questão de tempo e capacidade da sua expressão. 

Trabalhar para a autonomia, bem como para o exercício do pensamento próprio, será sempre, igualmente, restringente e libertador; é difícil e algo contranatura se apenas às vísceras se atentar, mas vital ao desenvolvimento. Nosso e de todos nós. Parece uma contradição e se calhar até é. Mas também se pode ver nisto o equilíbrio, tal qual a tensão entre um polo positivo e negativo de que padece a produção de electricidade. Outro caminho é aprender por osmose, o que pode parecer mais ligeiro, conveniente ou divertido, mas não conduz, seguramente, à construção individual do trajecto, senão à boleia dos atalhos oferecidos pela generosa volubilidade dos mercados. Ou ao livre acesso à ditadura da genética e do ambiente. 

Reconsideremos e tentemos, continuamente, de novo à nossa maneira: haja ferramentas e quem possa ensinar a manejá-las com tempo, disposição e engenho.


O quadro não é um quarto,
nem quatro.
Tampouco uma quadra.

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