Está Bem
Encontrámos um lugar que se chama Está Bem. Fica frente a um apeadeiro, entre duas aldeias e a poucos quilómetros de uma barragem. O mar dista meia hora de carro da costa vicentina; de comboio é a uma hora de Faro, duas de Lisboa. Lá estavam duas casas desfazendo-se devagarinho à nossa espera. Uns quantos morcegos e uma osga, de resto não se via ninguém. Uma delas tem um grande sótão, há um logradouro atrás e a promessa de um jardim imenso frente à estrada, junto à ribeira. O terreno é mais adiante e vai até ao rio Mira. Por ele adentro passa um percurso pedonal para turistas aventureiros rumo à barragem; virão dos lados da aldeia, parando na ponte a poucos metros, de nome Maria, com nenúfares em volta e outros encantos. Tem água, algumas oliveiras, muitíssimos medronheiros a crescer, demasiados, uma vetusta azinheira e barro no solo com fartura.
Perguntámos o que fazia falta, se um café, actividades para jovens, apoio escolar, ensino de português, biblioteca, oficinas de agricultura biológica, arte…. E disseram-nos que falta tudo isso e mais pessoas com vontade, com ideias, com outros dentro.
Aqui ainda não houve fogo, houve cheias. Há muito para cuidar, paletes de possibilidades. Já me estou a ver a ouvir passar comboios, a servir à janela. Estaremos bem.
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