Os cães ladram e a caravana passa

Tenho provado, nas passadas semanas, um pouco do meu próprio silêncio e não posso deixar de me sentir orgulhosa, com alguma cautela, sabendo o tempo que me tem durado aprender a observar melhor, escutar mais, usar de parcimónia para com as palavras. Nunca antes essas qualidades, que me não são naturais, nem tampouco me foram ensinadas de tenra idade, mas antes quase que absorvidas junto de quem amo e bem me tem querido ao longo das últimas duas décadas, me tinham sido tão queridas. O diálogo genuíno é raro e raríssimos são aqueles que perguntando poderão ouvir ou que dizendo acrescentarão qualquer coisa que interesse à aprendizagem mútua. É por isso que criar e manter uma comunidade, constitua-se ela de que laços for, é tão difícil; não há fachada de família feliz que a possa substituir.

A ignorância e a ganância, malfadadas meias irmãs, quando alimentadas, grassam que nem cardos d'ouro em terra empobrecida, nenhuma arma lhes vale que não a foice. O ruído, seu primo, tudo seca e nada semeia que, alguma vez, vá prosperar. Há que ter calma e muita ponderação. E, sempre que possível, deixar intacta a beleza abandonada à sorte, não só dos audazes, como, principalmente, dos capazes. 





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