Apeitemo-nos*

A última semana de Inverno foi vertiginosa; entretanto, diz que chegou a Primavera. Tá de chuva e ainda bem, dizem todas as pessoas com quem falei no Alentejo, calculo que no Algarve também. As lutas pelas nossas vidas continuam, por paz, por futuro, por agora. A guerra na Ucrânia continua conosco, vou-me dando conta mudando de canais, entre preocupações domésticas na casa onde nasceu o meu companheiro de vida. Esta é a semana que antecede todas as que nos restam.

Grande parte do meu passado está na estrada, o que me sobra de lá para cá e por aí adiante aligeirando-se, vai-se fazendo. Tentamos continuar a respirar o presente, principalmente quando tantos tempos e realidades nos atordoam a ambos em simultâneo. Temos bagagens, sabemos coisas, calculamos algumas, apeitamo-nos a outras. Os meus sonhos são epopeias, os dias operam-se em controlo de empolgação e muitíssimos anseios.  Do despiciendo não quero mais nada. 

Hoje abracei o meu irmão, foi Dia Mundial da Poesia.

https://culturaportugal.gov.pt/pt/saber/2022/03/dia-mundial-da-poesia-2022/


Berlim-Lisboa

Évora-Lisboa,
 quando ainda estamos no Alentejo mas já se ouve a Radar

*Apeitar-se, dizem os alentejanos (ou, pelo menos, uns poucos deles em Évora), significa lançar-se a algo e aguentar-se. Quando ouço esta expressão, vejo-me logo a chegar-me à frente com o peito.





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